domingo, 26 de outubro de 2014

Suborno do Céu





Quando eu quero, o céu é o destino.
Alvo, negro, azul celeste, é um anjo dissimulado, uma espécie de ladrão de homens bons. Perdoo-lhe porque num improvável momento tempestuoso, pode dar-me a visão perfeita do arco iris tornando-se uma prenda de suborno que me amacia a alma. Deste modo, o ladrão de homens bons dá-me um sorriso escancarado de sete cores e eu volto a sonhar. O sonho dá-me uns sapatos da cor do sol exageradamente altos para quase, quase tocar as nuvens. Depois, o sonho dá-me outro e mais outro par de sapatos cada vez mais altos até se esgotarem todas as cores do arco iris onde eu, incrivelmente alta e em pontas, consigo chegar ao meu amor. Num momento, estamos os dois, eu e o homem que o céu me roubou.




mz




(fotografia:mz)