terça-feira, 18 de maio de 2010

POis é!...


Abre-se o portão, sobem-se quatro degraus de pedra incrustada na relva e ali está ela, a larga e comprida varanda da sua casa térrea.

É das coisas mais bonitas quando a Primavera está cheia de motivos para que nos orgulhemos dela e de como vale a pena plantar, adubar, regar...
Daquela varanda, enormes vasos deixam transbordar cachos de orquídeas de várias cores e tamanhos, entre outras espécies que já floriram e nos deixam ainda como testemunho da sua existência bastantes folhas verdes.
Passo para o quintal e desta vez, o que mais me surpreendeu foram pedaços de lençóis brancos esticados no chão à sombra das laranjeiras.
Não me recordo de os ter visto alguma vez. Mas, na aldeia as coisas também se vão alterando.
Pois é... o vento encarrega-se de desprender as flores de laranjeira que vão caindo limpas e perfumadas nesses panos de algodão, para mais tarde, depois de bem secas se possa fazer aquele delicioso chá que eu adoro!
Entro em casa. Na cozinha, ainda em cima do fogão, está uma panela com doce de abóbora acabado de fazer. Eu sei, ainda está morno e vai continuar lá até arrefecer por completo para se poder colocar nos frascos de vidro. Mas, não resisto... nham... nham... lambuzo-me com um pratinho desse doce dourado polvilhado de canela e uma fatia de pão.
Bendita arca frigorífica que vai guardando pedaços de abóbora em fio, congelada para que nos possamos dar ao luxo de podermos ter sempre uns miminhos caseiros fora de época.
Na aldeia, quando lá vou nunca volto de mãos vazias.



Com a mala do carro a abarrotar de produtos da horta e outras coisinhas cheias de qualidade, finjo ser uma camponesa moderna que segue serena na auto-estrada ao som da música que o rádio me vai dando.







(Imagem: Grant Wood)

Com carinho
MZ